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Exercício físico e saúde mental: muito além da estética

  • Gustavo Gabaldi
  • 6 de nov.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 7 de nov.



Mulher praticando corrida ao nascer do sol


Durante muito tempo, a prática de exercícios físicos foi associada quase exclusivamente à estética — “entrar em forma”, “perder peso”, “definir o corpo”.

Mas nos últimos anos, temos entendido algo muito mais profundo: o movimento também é uma poderosa ferramenta de cuidado com a mente.


Cuidar do corpo não é apenas uma questão de vaidade; é uma forma de cuidar das emoções, da autoestima e até da forma como lidamos com o estresse do dia a dia.

Afinal, mente e corpo não funcionam separados — um influencia o outro o tempo todo.




O impacto do movimento no cérebro


Quando nos exercitamos, o corpo libera uma série de substâncias químicas que fazem bem à mente: endorfina, dopamina, serotonina e noradrenalina.

Esses neurotransmissores estão diretamente ligados ao prazer, à motivação, ao humor e à sensação de bem-estar.


Ou seja, após uma caminhada, uma aula de dança ou uma sessão de musculação, você literalmente muda sua química cerebral.

Aquela sensação de leveza e clareza mental que vem depois de se movimentar não é coincidência — é ciência.


A prática regular de atividade física também ajuda a reduzir sintomas de ansiedade e depressão, melhora o sono, a concentração e a capacidade de lidar com frustrações.

E o mais interessante: os efeitos não aparecem apenas a longo prazo.

Mesmo 30 minutos de movimento leve já podem trazer benefícios imediatos para o humor e o foco.




Exercício como forma de autocuidado


A forma como enxergamos o exercício faz toda a diferença.

Quando ele é usado como punição (“preciso malhar porque comi demais”) ou como cobrança (“tenho que ficar com o corpo ideal”), o movimento se torna fonte de ansiedade — e perde seu valor emocional.


Mas quando o exercício é visto como autocuidado, tudo muda.

Pode ser uma caminhada ao ar livre, uma aula de dança divertida, andar de bicicleta com um amigo, nadar, praticar yôga ou alongar o corpo de manhã.

O foco deixa de ser “mudar o corpo” e passa a ser se sentir bem dentro dele.


Movimentar-se se transforma em um gesto de carinho consigo mesmo — uma forma de dizer:


“Eu me importo com a minha saúde, com o meu equilíbrio e com a minha mente.”




A relação entre corpo, mente e pensamento


A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) explica que nossos pensamentos, emoções e comportamentos estão interligados.

Quando mudamos um deles — por exemplo, o comportamento de se movimentar —, influenciamos os outros dois.


Ao se exercitar, você não apenas fortalece o corpo, mas também envia uma mensagem poderosa ao cérebro:


“Eu sou capaz, eu me movimento, eu faço algo por mim.”


Esse ciclo positivo pode reduzir pensamentos autodepreciativos, aumentar a autoconfiança e gerar mais disposição para enfrentar desafios.


Além disso, o exercício ajuda a desenvolver disciplina, foco e autorregulação emocional, habilidades muito trabalhadas dentro da TCC e essenciais para o bem-estar psicológico.




Movimento como forma de reconexão


Vivemos em um mundo acelerado, cheio de estímulos e preocupações.

Passamos horas sentados, olhando para telas, e muitas vezes nos desconectamos do próprio corpo.


O movimento nos reconecta.

Durante uma corrida, uma trilha ou uma aula de alongamento, você volta a sentir o corpo, a respirar com consciência e a perceber os próprios limites.

Essa reconexão traz presença — um estado de atenção plena (mindfulness) que acalma a mente e ajuda a aliviar tensões.


Exercitar-se pode ser, portanto, um momento de pausa, um espaço de encontro com você mesmo, longe das cobranças e do barulho externo.




Comece pequeno, mas comece


Muitas pessoas acreditam que só vale a pena se exercitar se for de forma intensa, diária ou com grandes resultados físicos.

Mas a verdade é que pequenos passos já fazem diferença.


Caminhar 15 minutos, subir escadas em vez de pegar o elevador, fazer alongamentos ao acordar — tudo isso conta.

O segredo é criar constância, não perfeição.


Com o tempo, o corpo pede mais movimento, e a mente agradece.

E o mais bonito é perceber que, pouco a pouco, você passa a fazer exercícios não para mudar quem é, mas para cuidar de quem já é.





O corpo como aliado da mente


O exercício físico é uma das formas mais acessíveis e eficazes de cuidar da saúde mental.

Não se trata apenas de moldar o corpo, mas de nutrir a mente, aliviar tensões e fortalecer o emocional.


Cuidar de si é um ato de respeito, e o movimento é uma das linguagens mais poderosas desse cuidado.

Porque, no fim das contas, o verdadeiro resultado não aparece no espelho — aparece na forma como você se sente, pensa e vive.





Psicólogo Gustavo Gabaldi
CRP 06/202125

(11) 95317-5362

@gus.gabaldipsi

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